Não te esqueças, porém, de que nove meses antes que os outros te vissem a face, a tua presença na Terra era o segredo da vida, entre o devotamento materno e o Mundo Espiritual.
Na juventude ou na madureza, lembrar-te-ás da mulher frágil que, sendo moça, envelheceu, de repente, para que desabrochasses à luz, e trazendo o ideal da felicidade como sendo uma taça trasbordante de sonhos, preferiu trocá-los por lágrimas de sofrimento, para que tivesses segurança no berço.
Agradecerás a todos os benfeitores do caminho, mas particularmente a ela, que transfigurou em força a própria fraqueza, a fim de preservar-te.
Quando o mundo te aclame a cultura ou o poder, o renome ou a fortuna, recorda aquela que não apenas te assegurou o equilíbrio, ensinando-te a caminhar, mas também atravessou longos meses de vigília, esperando que viesses a pronunciar as palavras primeiras para melhor escravizar-se à execução de teus desejos.
Muitos disseram que ela estava em delírio, cega de amor, que nada via senão a ti, entretanto compreenderás que ela precisava de uma ternura assim sobre-humana, de modo a esquecer-se e suportar-te as necessidades, até que lhe pudesses dispensar, de todo, o carinho.
Se motivos humanos a distanciam hoje de ti, que isso aconteça tão só na superfície das circunstancias, nunca nos domínios da alma, porque através dos fios ocultos do pensamento, sentir-lhe-ás os braços sustentando-te as esperanças e abençoando-te as horas.
Emmanuel.
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